Sessão 3.1 – Economia Solidária 
Coordenadores: Luciana Lago (UFRJ) | Flavio Chedid (NIDES/UFRJ) | Ruth Munhoz
(ICO/UNGS – Argentina) 
Nas cidades latino-americanas, os espaços da vida cotidiana das classes populares
se distinguem dos demais espaços pela complexidade das relações sociais ali
enraizadas. A complexidade está na trama de formas de produzir e circular bens e
serviços, entre os quais, os que dão materialidade à cidade: habitação, transporte,
saneamento, parques, entre outros. Por serem necessidades humanas
fundamentais, esses bens e serviços foram sendo supridos pela combinação
diferenciada, em cada território, entre estratégias familiares e associativas de
autoprodução, políticas redistributivas e ações empresariais. Essa trama de
racionalidades econômicas faz com que a economia popular ultrapasse muitas
vezes as fronteiras da comunidade e alcance a escala urbana.
O trabalho é aqui entendido como a materialização dos desejos e projetos na
relação recíproca homem–natureza e como processo de recriação permanente dos
bens necessários ao bem-estar social, buscando trazer à tona essas práticas e as
relações sociais que as sustentam, sabendo que estão em grande medida ocultas
no sistema de trabalho subordinado e monetizado. Na sociedade capitalista, o
tempo do trabalho subordinado é vivido como apartado do tempo da reprodução da
vida (tempo do não trabalho). Fora do seu tempo de trabalho, o trabalhador “se
torna” um morador, um cidadão. Assim, entende-se que a cidadania pressupõe o
trabalho emancipado, o trabalho para a reprodução da vida e não do capital.

Sessão 3.2 – Estrutura Social 
Coordenadores: André Salata (UFRGS) | Luciana Teixeira de Andrade (PUC-Minas) |
e Inaiá Maria Moreira de Carvalho (UFBA)
O foco principal dos trabalhos sobre estratificação social das últimas décadas, na
literatura internacional e também no Brasil, tem sido a situação de classe dos
indivíduos. Esta diz respeito à posição dos mesmos no mercado e/ou no trabalho, e
está diretamente relacionada a fatores como posição na ocupação (proprietário ou
não), tipo de ocupação (função que exerce), renda e qualificações. Identificamos
uma classe quando um grupo de indivíduos possui uma situação de classe em
comum, dada pelo componente causal específico de suas chances de vida, na
medida em que este componente é representado exclusivamente por interesses
econômicos na posse de bens e oportunidades de rendimentos sob as condições do
mercado de produtos ou do mercado de trabalho.
Entende-se que a Estrutura Social das Metrópoles Brasileiras é possível de ser
analisada pela perspectiva da evolução da estrutura de classes das cidades e
regiões metropolitanas de modo a capturar particularidades diante das mudanças
gerais apresentadas ao longo dos anos, tendo em vista o contexto de financerização
da economia que assistimos nos últimos tempos. O intuito do debate é aprofundar
as mudanças na estrutura de classes de cada região metropolitana e a mudança na
relação entre as frações de classes, questionar sobre a relação entre estrutura de
classes e população desocupada, entender a fragilidade ocupacional e obtenção de
rendimento, tendo em vista a capacidade de transformação de posição social em
recurso, levantar pontos sobre as mudanças na escolaridade da população
brasileira e suas consequências na estrutura social.

Sessão 3.3 – Direito à Cidade e Habitação
Coordenadores: Adauto Cardoso (IPPUR/UFRJ) | Camila D’Ottaviano (FAU/USP) |
Renato Pequeno (LEHAB/UFC) | Suzana Pasternak (FAU/USP)
A produção habitacional encontra-se bastante envolvida com os interesses do
mercado imobiliário, sendo que se acentuou ainda mais com financiamentos
públicos direcionados majoritariamente para as grandes construtoras e, em menor
escala, para associações comunitárias e sindicais. Investigar como a forma
empresarial de provisão da moradia, associada aos mecanismos de financiamento e
regulação estatais, tem influenciado na organização do espaço nas metrópoles
brasileiras, buscando relacionar a natureza dos agentes produtores e financiadores,
as famílias atendidas é um dos objetivos principais desse debate, e também,
analisar as mudanças nos padrões de organização das empresas do setor
imobiliário, buscando identificar as estratégias de expansão regional, fundiárias e
organizacionais, com foco nos processos de racionalização da construção.